lunes, 2 de noviembre de 2009

Celebración argentina del Jubileo de Calvino


ARGENTINA
La celebración argentina del Jubileo de Calvino tuvo su acto central en Buenos Aires


Buenos Aires, lunes, 2 de noviembre de 2009 (ALC) - El Jubileo de Juan Calvino culminó formalmente sus festejos en Buenos Aires, al celebrarse el viernes 30 en la sede de la Iglesia Evangélica del Río de la Plata en calle Esmeralda, un culto que convocó a más de un centenar de personas de distintas confesiones religiosas, principalmente de la familia reformada-presbiteriana.

Organizado por la Comunión de Iglesias de la Reforma (adherentes a la Concordia de Leunberg en el Río de la Plata) y con el apoyo de la Federación Argentina de Iglesias Evangélicas (FAIE) y la Alianza de Iglesias Reformadas y Presbiterianas de América Latina (AIPRAL), el culto utilizó un orden adaptado del armado por el reformador francés en Estrasburgo aproximadamente en 1539.

El pastor Gerardo Oberman llevó adelante una liturgia rica en representación eclesial, musical y en tradiciones del mundo reformado. La prédica, a cargo del presidente de FAIE, pastor Julio López, contemporizó al profeta Amós con Calvino y su mensaje profético para la época, desafiando a las iglesias reformadas a continuar hablando con el mensaje de Dios, hoy.

El secretario general de AIPRAL, reverendo Germán Zijlstra, hizo un resumen de las distintas celebraciones del Jubileo, marcando su importancia en la vida de las comunidades herederas de la tradición calvinista para reencontrarse con parte de su identidad y rescatar los sustanciales aportes de las ideas calvinistas para el tiempo actual.

Las palabras de la Canción Lema del Jubileo, escrita por Greg Scheer, fueron repetidas en el encuentro: “Pueblo del Señor, escucha su voz, palabras de ayer, alegran la fe.”

Tomado de ALC

Algunos videos del culto pueden verse en:
http://www.youtube.com/user/IERPCastelar

martes, 22 de septiembre de 2009

Posicionamento da IECLB


João Calvino – 500 anos
O Reformador de Genebra é parte de nossa história

Introdução

A IECLB é uma igreja de confissão luterana e se alegra com essa identidade confessional. Mas ela tem também um preito de gratidão para com João Calvino, reformador de Genebra. Junto com Lutero, ele é reconhecido como um dos grandes reformadores da Igreja no século 16.

Alguns dados acerca da vida e da obra de Calvino

João Calvino nasceu em Noyon, na França, em 10 de julho de 1509. Celebram-se, pois, os 500 anos de seu nascimento. Calvino teve formação humanista, conhecendo à fundo os escritos da antiguidade, os pais da igreja, especialmente Agostinho, e os métodos da interpretação bíblica. Esta formação lhe conferiu, entre outras capacidades, uma extraordinária precisão na linguagem. Sua titulação foi na área do Direito, o que explica a importância que deu ao direito e à ordem eclesiásticos. Embora quase 26 anos mais jovem do que Lutero, foi contemporâneo dele, sem, porém, tê-lo conhecido pessoalmente. Chegou a interagir, no entanto, intensamente com o colaborador de Lutero, Felipe Melanchthon. Entre 1533 e 1534, Calvino aderiu intimamente ao movimento da Reforma iniciado por Lutero, fato que posteriormente ele viria a classificar como uma “conversão inesperada”, semelhante à de Paulo em Damasco, conversão esta que atribuiu à providência divina.

Ao longo de sua vida trabalhou, em diferentes versões, cada vez mais detalhadas, em sua obra máxima, as Institutas da Religião Cristã. Trata-se de uma súmula da fé cristã, um dos escritos teológicos mais relevantes de toda a cristandade. Inicialmente com estrutura semelhante à dos Catecismos Menor e Maior de Lutero, a primeira edição surgiu em 1536, e a última, já extremamente volumosa e transformada em tratado dogmático, em 1559. Nessa obra ele rejeita, à semelhança de Lutero, a “justiça das obras”, para apegar-se à “justiça de Cristo”, apreendida pela fé, pela qual o ser humano pecador aparece à vista de Deus como um ser humano justo.

Por essa opção Calvino teve que recorrer ao exílio, buscando refúgio em cidades-livres, como Genebra, Basiléia e Estrasburgo, que se inclinavam para a Reforma. Exortado veementemente por Farel, o qual se empenhava em introduzir a fé evangélica em Genebra, Calvino foi por ele convencido a permanecer nessa cidade, em vez de prosseguir a Estrasburgo como intencionava. Calvino atuou então em Genebra a partir de 1536, como professor e, ainda que fora autodidata teológico sem ordenação ministerial, também como pregador. Formulou as ordenanças eclesiásticas sobre a organização da igreja, entre outras prevendo uma celebração mensal (não semanal) da Santa Ceia, o canto de salmos no culto e uma rígida disciplina moral e eclesiástica. Sendo esta assunto polêmico, Calvino chegou a ser expulso da cidade, o que o obrigou a instalar-se em Estrasburgo até 1541, quando retornou a Genebra por solicitação de novos magistrados na cidade, para ali permanecer até sua morte em 1564. Aí liderou a Reforma e o processo de organização da igreja reformada e da própria sociedade genebrina. Na organização da igreja, deu participação decisiva a presbíteros e diáconos leigos, na organização da sociedade incutiu a observância de preceitos cristãos.

Sob a influência de Calvino, o culto passou a estar nitidamente centrado na pregação do Evangelho. Notáveis comentários bíblicos foram por ele escritos. A vida comunitária e a moral tinham um rígido regramento disciplinar. A dedicação do domingo ao culto e a proibição de imagens nos templos eram observados de forma consequente. A doutrina da dupla predestinação, para a salvação e a condenação, tem suscitado controvérsias até hoje, mas sua exposição por demais simplista, algumas pessoas predestinadas para a salvação, outras para a condenação, não faz jus à profundidade da teologia de Calvino, cujo interesse consistia acima de tudo em enfatizar a soberania de Deus sobre todas as pessoas e sobre o mundo, bem como a livre eleição pela graça divina.


A influência de Calvino na Igreja

A influência de Calvino se estendeu para muito além de Genebra, tendo sido decisiva no surgimento e desenvolvimento das igrejas reformadas e presbiterianas na Europa, nos Estados Unidos e, posteriormente, em todo o mundo. A comunhão das igrejas reformadas compreende hoje cerca de 75 milhões de fiéis em 214 igrejas congregacionais, presbiterianas, reformadas e unidas em 110 países. A maioria dessas igrejas assume um claro compromisso ecumênico e de responsabilidade social profética.

No Brasil, há várias igrejas presbiterianas e reformadas, sendo a maior delas a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), fundada em 1862 (data oficial 1859, com a vinda do primeiro missionário). A IECLB teve estreita parceria com a IPB no âmbito da antiga Confederação Evangélica do Brasil e intercâmbio entre suas respectivas faculdades de teologia em São Leopoldo e Campinas, até o golpe militar em 1964, quando embates teológicos e ideológicos levaram a rupturas internas naquela igreja. De outra parte, a IECLB tem mantido relações fraternas com a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB), criada em 1903, com a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPU), criada a princípio como federação em 1978, e com a Igreja Cristã Reformada, com as quais compartilha membresia, seja no Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), no Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) e no Conselho Mundial de Igrejas (CMI).

A influência de Calvino na sociedade

Desde a obra clássica de Max Weber, Ética Protestante e Espírito do Capitalismo (1904-1905), o nome de Calvino tem sido associado, de forma bastante simplificada, tanto às conquistas quanto às mazelas do capitalismo. Certo é que ele defendeu um sentido de vocação no trabalho e na ação social, com grande disciplina, associada a um estilo de vida bastante regrado, e assim contribuiu para o desenvolvimento da modernidade. Combinou o zelo na obtenção de lucro com a restrição no seu usufruto para fins pessoais, favorecendo seu re-investimento na empresa. Sua visão da sociedade e de sua organização política contribuiu para o desenvolvimento da democracia.

Assim como em Lutero, nem todas as ações de Calvino podem hoje ser justificadas. O episódio mais controvertido foi o papel de Calvino na condenação de Miguel Serveto à morte na fogueira em Genebra, em 1553, por heresia, ao rejeitar a doutrina da trindade. Contudo, desqualificar a obra de Calvino à base desse episódio, por mais deplorável que seja, revelaria desconhecimento dos processos históricos mais abrangentes. Não pode haver qualquer dúvida quanto à importância da obra de Calvino em seu todo e em suas repercussões. Em obra recente acerca de Calvino, o romancista e teólogo Klaas Huizing descreve sua contribuição com os termos reformador, organizador, arquiteto da fé, advogado de Deus, disciplinador e frutificador, realçando o legado que deixou até os dias de hoje.

O legado de Calvino e a IECLB

A IECLB é devedora do legado de Calvino também num sentido histórico bem específico. Ela tem sua origem na vinda de imigrantes evangélicos alemães, suíços, austríacos e de outros países europeus. Entre eles havia não apenas luteranos, mas também reformados (calvinistas e zwinglianos) e unidos (luteranos e calvinistas). A mais antiga comunidade membro da IECLB, a de Nova Friburgo / RJ (maio de 1824), era constituída, em boa medida, de reformados. A maioria das comunidades da IECLB designa-se até hoje como “evangélica”, termo que caracteriza o centro da teologia tanto de Lutero quanto de Calvino. Se a IECLB, ao longo de sua história, se definiu mais e mais como sendo de confissão luterana, nunca o fez em antagonismo a Calvino ou à tradição reformada. Ao contrário, entende que as duas tradições se sabem irmanadas na fé em Cristo e na proclamação do evangelho da graça de Deus, pelo qual o ser humano, através da fé, é justificado. Diante dessa convicção comum no centro da fé, diferenças em outros tópicos teológicos podem ser reconciliadas como ênfases peculiares de cada uma das tradições, sem se excluírem mutuamente. Isso vale também no tocante à compreensão da Ceia, em que diálogos oficiais entre luteranos e reformados puderam remover o mal-entendido de que o calvinismo concebesse uma presença apenas simbólica de Cristo na Ceia.

A concordância básica alcançada nos diálogos referidos ficou expressa claramente, na Europa, na chamada Concórdia de Leuenberg (1973). Essa Concórdia elabora a compreensão comum do evangelho sobre a seguinte base: “A Igreja está fundamentada tão-somente sobre Jesus Cristo, o qual a congrega e a envia através da dádiva de sua salvação na proclamação e nos sacramentos. Segundo a compreensão reformatória, para a verdadeira unidade da Igreja é necessária e suficiente a concordância na reta doutrina do evangelho e na reta administração dos sacramentos.” Assim, as igrejas signatárias luteranas, reformadas, unidas, valdenses e dos irmãos moravos, se reconhecem em plena comunhão de púlpito e altar (palavra e sacramentos) e reconhecem mutuamente a ordenação de seus ministros. No Brasil, não temos tido um processo de diálogo entre luteranos e reformados com o objetivo de adesão à Concórdia de Leuenberg, mas a IECLB se sabe irmanada àquelas igrejas reformadas que compartilham dessas convicções fundamentais.

Conclusão

Nesse sentido, a IECLB se congratula com as igrejas presbiterianas e reformadas no Brasil pela passagem dos 500 anos do nascimento do Reformador João Calvino e reconhece a data comemorativa como parte significativa de sua própria história. Assim como queria o próprio Calvino, também a IECLB expressa “glória a Deus somente” (soli Deo gloria).

Porto Alegre 10 de julho de 2009.

Walter Altmann
Pastor Presidente da IECLB

lunes, 24 de agosto de 2009

Ante un nuevo aniversario de la muerte de Jan Calvino


27 de mayo: 445º aniversario de la muerte de Calvino
Leopoldo Cervantes - Ortiz, México

Ahora que está en marcha una de las celebraciones principales del Jubileo de Calvino, la fecha de su muerte, a 445 años de distancia, es una oportunidad más para acercarse a las enormes consecuencias religiosas, culturales y sociopolíticas de su siempre controversial legado. En su lecho de muerte, varias cosas podían flotar, simultáneamente, en el ambiente. Por un lado, la fuerza con que había conseguido imprimir a la ciudad de Ginebra, un sello irreversible al que aludía el falso membrete de “Roma protestante” con que se llegó a conocer a ese lugar y, por el otro, el enorme riesgo de dispersión que enfrentó la Reforma como un movimiento unitario antes de que él apareciera en el escenario. Entre la intolerancia que podía llevar a la muerte a personas inocentes y la sensibilidad para defender a seres humanos cuyas vidas no valían un centavo en sus lugares de origen. Del regionalismo tradicional rebelde a la universalidad necesaria de una fe que reclamaba nuevos derroteros. O de la espiritualidad antigua, anclada a los viejos esquemas medievales, a los desafíos ya claramente modernos que hacían su aparición en una época de notables cambios: esos y muchos otros son los extremos que tocó o atisbó en su carrera de reformador, que nunca buscó (dicho sea de paso…).

445º aniversario de la muerte de CalvinoMoviéndose entre el empeño humanista y literario, devoto de la literatura clásica sagrada y profana, Calvino no se arredró cuando tuvo que pasar de la doctrina al terreno espinoso de los hechos crudos, materiales. Se le reprocha (desde los espacio de las reformas llamadas “radicales”) participar del constantinismo de las “reformas magisteriales”, pero a veces se pasa por alto el celo con que defendió la autonomía de la iglesia en asuntos espirituales. ¿Cómo leer, entonces, sus Ordenanzas eclesiásticas (1541) sin tener en mente su lucha contra la intromisión del gobierno de la ciudad para definir quiénes podían participar en la Santa Cena? Dicen que hubo una “teocracia” en Ginebra, y puede ser que la hubiera. No obstante, allí se comenzó a sembrar la desconfianza social que desembocaría en la laicidad actual: uno de los cimientos de la modernidad democrática. Otro lugar común…

“La ciudad de Calvino”, se dice, pero, como escribiría el mismísimo Jorge Luis Borges siglos más tarde: “A diferencia de otras ciudades, Ginebra no es enfática. […] Ginebra casi no sabe que es Ginebra. Las grandes sombras de Calvino, de Rousseau, de Amiel y de Ferdinand Doler están aquí, pero nadie las recuerda al viajero. Ginebra, un poco a semejanza del Japón, se ha renovado sin perder sus ayeres” (Atlas). Acaso a su pesar, la marca de su nombre acompaña al viajero sin sentir necesariamente el peso de la lucha religiosa, de las sanciones a quien no cumplía sus deberes con la iglesia. Con todo, la huella está allí, en el cosmopolitismo que implica la atención a asuntos de tan diversa índole.

La periodista española Rosa Regàs, en un libro casi para viajeros (Ginebra. Seix-Barral, 2002), capturó muy bien la sensibilidad religiosa que Calvino supo imprimir a su ciudad adoptiva y que hoy, incluso cuando su población protestante ha disminuido, sigue presente:

"Quizás Ginebra fue calvinista antes que Calvino. Pero lo cierto es que lo sigue siendo. Tan homogénea y sólidamente calvinista, tan actual y poderosamente calvinista que se sucederán las gentes y las generaciones, y aunque cambie la ciudad una vez más de nacionalidad y pase a ser francesa y quién sabe si norteamericana o rusa o japonesa, y dejen o no los potentados de la tierra de salvaguardar sus fortunas en los bancos que se levantan sólidos, aunque no ostentosos, a la orilla del lago, y nombre el papa uno, dos o diez obispos auxiliares católicos con la presunta intención solapada de reinstaurar una diócesis que perdió en la Reforma, y lleguen ejércitos de tamiles, turcos, portugueses, africanos o brasileños que la ciudad admitirá en la medida en que el país necesite mano de obra, y aunque acaben los ginebrinos votando a favor del aborto o reconociendo algún día, también por votación, que la homosexualidad no es ninguna tara, Ginebra, católica, budista o musulmana, seguirá como hoy y como siempre, igual a sí misma, calvinista por encima y a pesar de todo, ella misma convertida en herencia viva e inamovible de su feroz reformador, herencia de organización y eficacia, ascetismo y orden, voluntad, rigidez, ahorro, diligencia, frugalidad y discreción; herencia que ha calado en las generaciones, los inmigrantes, las instituciones, las profesiones, las iglesias, las costumbres, las relaciones, las diversiones, los instintos, los sentimientos, la cotidianidad, el ocio, las calles, las comunas, los árboles, y hasta en el paisaje y el clima."


Otra historia es la infidelidad típicamente cristiana de la ciudad en relación con su presente financiero: el lugar adonde llegan las fortunas sin preguntar sobre su origen. El mexicano Juanleandro Garza ha escrito sobre ello un texto memorable.

Al morir, lejos quedaron sus controversias con Castelio, Bolsec, Servet o los aristócratas ginebrinos, que tan mala fama le crearon y que han seguido estimulando la imaginación de escritores de diversa calidad. Stefan Zweig tal vez sea quien mejor capitalizó el estigma de la intolerancia. Pero no es el único: recientemente, desde la ciudad del Lago Lemán, Nicolas Buri lo ha visto como una piedra de escándalo… Sin duda alguna. ¿Cómo no serlo en una época cuyos excesos estuvieron a punto de dar al traste con cualquier vestigio de la “fe verdadera”? El mismo Teodoro de Beza tuvo que lidiar ya con las calumnias desde aquellos tiempos.

Pero más allá de la vergüenza, aquellos/as que reivindican su manera de entender la fe y la vida, saben que pueden encontrar en su herencia una fuente que, a sabiendas, de que brotó de una persona con los mismos aciertos y fallas que cualquiera, gracias a su devoción incondicional fue capaz de entregar buenas cuentas a la hora de su muerte. Y, sin miedo al lugar común, puede decirse de él “que dejó el mundo mejor que como lo encontró”. Si fundó, continuó o consolidó una tradición teológica, eso es lo de menos, pues nunca lo buscó. Al leer sus textos, especialmente su obra magna, la Institución de la religión cristiana, Celebrar su memoria, como la de tantos otros testigos del Evangelio, es hacerle caso a las profundas palabras de Hebreos 6.10: Porque Dios no es injusto para olvidar vuestra obra y el trabajo de amor que habéis mostrado hacia su nombre, habiendo servido a los santos y sirviéndolos aún”. Es apenas un acto de justicia.

Su testamento, queda ahí, también como testimonio de una vida que buscó, incluso en sus instantes más polémicos, rendir toda la gloria a Dios:

"En nombre de Dios, yo, Juan Calvino, servidor de la Palabra de Dios en la Iglesia de Ginebra, debilitado por muchas enfermedades…, doy gracias a Dios; porque no solamente se ha compadecido de mí, su pobre criatura… y me ha soportado con todos mis pecados y debilidades, sino también porque Él, muy por encima de todo ello, me ha otorgado la gracia de poder servirle mediante mi trabajo… Declaro con la fe que Él me ha concedido que deseo vivir y morir en dicha fe, en tanto no tengo otra esperanza ni otro refugio que la elección de su Gracia, sobre la cual está fundada toda mi salvación, y que no dependo de nada más para la salvación que la libre elección que Él ha hecho de mí. De todo corazón abrazo Su misericordia, por medio de la cual todos mis pecados quedan cubiertos, por causa de Cristo, y por causa de Su muerte y padecimientos."


Publicado originalmente en Lupa Protestante

Moltmann sobre Calvino: fue malinterpretado por los capitalistas


ALEMANIA - ¿Fue un ascético aguafiestas o un comprometido padre espiritual? Como sucede con casi ningún otro teólogo, las opiniones sobre Juan Calvino (1509-1564) están muy divididas. El reformador protestante predicó sobre la gracia y la redención, a la vez que montó un régimen casi tiránico basado en la virtud. Llevó a la hoguera al intelectual español Miguel Servet por tener otro punto de vista sobre la Trinidad.

Para la iglesia y la sociedad su significado permanece indiscutido: alrededor de 80 millones de personas en todo el mundo pertenecen hoy día a las iglesias reformadas basadas en su doctrina.

Su moral del trabajo fue impulso del capitalismo y la organización de su iglesia, un modelo de democracia. El 10 de julio el reformador protestante hubiera cumplido 500 años.

El teólogo alemán Jürgen Moltmann es hoy día unos de los más importantes representantes de la teología protestante. Como cristiano, pastor y finalmente profesor, siempre volvió a estar ocupado por la figura de Juan Calvino. En la siguiente entrevista, Moltmann de 83 años de edad, explica lo que hoy haría Calvino y por qué fue tomado como testigo principal del capitalismo.



Hoy en día ¿tiene alguna importancia, si uno como cristiano protestante sigue la tradición de Calvino o la de Lutero?

No. Calvino mismo seguía la tradición de Martín Lutero. Para los protestantes de la Reforma eran más importantes sus coincidencias que sus diferencias. En el fondo tenían un objetivo común, reformar la Iglesia Católica a la que ellos mismos pertenecían.



Sin embargo hubo intensas disputas, sobre todo en lo que hace al sacramento de la comunión, que llevaron a una separación centenaria entre la iglesia luterana y la protestante reformada inspirada en Calvino.

En realidad son disputas que ya no importan. En la época nazi y en los campos de prisioneros de la guerra los cristianos se unían ecuménicamente y no se cuestionaban quién era luterano o quién era protestante o católico. De este período de represión surgió un nuevo espíritu ecuménico. Y espero que se mantenga.



Calvino se convirtió en un precursor de la industrialización y del capitalismo. En el fondo, subyace la idea calvinista de que el éxito económico de una persona tiene que ver con su ser elegido por Dios. Fue sobre todo el sociólogo Max Weber que se remitió a Calvino. ¿Qué diría Calvino hoy sobre nuestro sistema económico?

Él lo condenaría despiadadamente. Tres veces impidió Calvino el establecimiento de un banco italiano en Ginebra; se oponía también a la imposición de intereses desmesurados. Además Calvino le pedía a la gente que pusiera sus posesiones a disposición de los pobres y de los refugiados. Uno podría del mismo modo demostrar que el calvinismo está en la base del espíritu del socialismo. Recién en el siglo XVIII y XIX la gente se empezó a fijar en su cuenta bancaria, para ver si serían o no escogidos por Dios.



Sin embargo, con argumentos teológicos Calvino exigía una rígida autodisciplina y diligencia. Cosas que a cualquier empleador le encanta escuchar.

Pero eso no tiene nada que ver con que una persona sea elegida por Dios. Para Calvino el ser humano es eternamente reconocido y amado por Dios. ¿Por qué una persona tendría que lograr ser reconocido a través de sus buenas obras y de sus ahorros? Para Calvino, el espejo de la elección es Cristo. Al mirar a Cristo, puedo estar seguro de haber sido escogido, no al mirar mi cuenta bancaria o al recibir pagos por bonificaciones.



¿Eso significa que Calvino fue injustamente tomado como testigo principal del capitalismo?

Exacto. Históricamente se ha demostrado esto contra Max Weber.



No es fácil seguir hoy la doctrina de la predestinación de Calvino. Según Calvino, el ser humano está predestinado, sin tener en cuenta sus propios méritos, a la bienaventuranza, o a su condenación. Eso no suena muy consolador.

Su doctrina de la predestinación fue siempre presentada como especialmente mala. Eso sin embargo no es correcto. El pensamiento de Calvino consiste en que la creencia no es sólo una decisión propia. Es, en primer lugar, una decisión de Dios.



Quien resulta escogido, a él Dios no lo deja caer. Pero Calvino se preguntó por qué la palabra de Dios suscita en algunos fe y en otros falta de fe. Y ahí dijo: el creyente cree, porque es escogido. Entonces el no creyente ha de estar condenado. Pasado este punto, Calvino no avanzó más. Porque en realidad él creía que todos han sido elegidos a escuchar la palabra de Dios.

Recién (el teólogo suizo) Karl Barth solucionó el problema cuando dijo: En la figura de Cristo Dios asumió él mismo la reprobación de los pecadores, para así ofrecerles a todos los seres humanos su gracia. Entonces hay un condenado, que es Cristo, que asume la reprobación de todo el género humano. Eso también me convenció a mí.


¿Qué haría Calvino, si viviera aquí y ahora?

Hoy Calvino estaría, supongo, entre los verdes. Siempre dijo que el Espíritu Santo ya se había volcado enteramente sobre toda la creación y es él quien sostiene a todo en vida. Calvino desarrolló unas ideas sobre la creación que recién hoy volvemos a recoger.

Tomado de: www.contrapunto.com.sv

sábado, 1 de agosto de 2009

Calvino y la responsabilidad frente a la creación de Dios

Entre los críticos de Calvino últimamente también se han unido teólogos que abordan los desafíos de la crisis ecológica. Sin grandes investigaciones se sostiene que Calvino es uno de aquellos teólogos cuyos intereses se enfocan únicamente en los seres humanos y su vocación, y que habrían perdido de vista el horizonte de la creación en su totalidad. ¿Calvino como una lúgubre antítesis de Francisco de Asís? Ninguna otra afirmación podría ser tan equivocada. Al mirar más de cerca se demuestra, sin embargo, que Calvino abogó por una comprensión de la creación y principalmente por el papel de los seres humanos en la creación, que también en la actual situación inesperadamente continúa siendo relevante. Cierto es que la crisis ecológica no estaba en su horizonte, pues en su época la ceguedad e imprudencia de los seres humanos hacia la creación no había alcanzado las actuales dimensiones. La responsabilidad por los dones de la creación de Dios es parte integral de su mensaje, ya sea se trate de Dios o del ser humano, él siempre incorpora también el tema de la creación. Nada es más ajeno a Calvino que la idea de que la humanidad estaría llamada a construir ‚su propio mundo’ a costo de la naturaleza.

La gran obra de arte de la creación
Así como no se puede contemplar al ser humano en forma separada de Dios, éste tampoco se puede contemplar separadamente de la creación. Dios, que creó el ser humano y con el que mantiene una relación indisoluble, es el Creador de todas las cosas. El ser humano es parte de esta creación y experimenta su dependencia de Dios en la creación que lo rodea.
Inmediatamente al inicio de la Institución de la Religión Cristiana, Calvino ya afirma que la gloria de Dios resplandece en la creación (Inst. I,5, título), la cual es en cierta forma un espejo donde es posible contemplar a Dios, que de otro modo es invisible. La creación despliega la gloria de Dios, Calvino siempre la denomina como theatrum gloriae Dei. La creación es una obra de arte que tenemos que contemplar con asombro y respeto, en ella todo tiene un orden perfecto. Principalmente sobre el sol Calvino se explaya ampliamente: “No hay entre todas las criaturas virtud más
noble y admirable que la del Sol. Porque, además de alumbrar con su claridad a todo el mundo, ¿cuál no es su poder al sustentar y hacer crecer con su calor a todos los animales, al infundir con sus rayos fertilidad a la tierra, calentando las semillas en ella arrojadas, y luego hacerla reverdecer con hermosísimas hierbas, las cuales hace él crecer, dándoles cada día nueva sustancia hasta que lleguen a echar tallos; y que las sustente con un perpetuo vapor hasta que echen flor, y de la flor salga el fruto” (Institución de la Religión Cristiana I.16,2).

Dios continúa obrando en su creación
Calvino no solamente alaba el primer acto de la creación, sino que el continuo obrar de Dios en el universo, Él no cesa de obrar en su creación. La obra maestra que creó es gobernada por Él (Institución de la Religión Cristiana I.10,2), nada ocurre por azar, todo es obra de la Providencia de Dios. El cambio de las estaciones del año, la lluvia, la fertilidad de la tierra provienen de su mano, y también el curso de nuestra vida humana lo determina su Providencia. Efectivamente sin la intervención de Dios ni siquiera podría caerse un cabello de nuestra cabeza, todo aquello que los seres humanos sean capaces de lograr es al fin y al cabo obra de Dios. Sea si trabajamos duramente, todo lo que realicemos es gracias a Su obrar, sin Su bendición se desbaratarían todos nuestros esfuerzos.
Esta perspectiva de la presencia activa y directa de Dios es difícil de comprender en la actualidad, sin embargo, para Calvino es fundamental. Con cada paso que el ser humano emprende se encuentra en manos de Dios, dando como resultado un sentido de la vida en el que nuestra relación con la creación también trae consecuencias. En todo lo que nos sucede, Dios nos está hablando. Pareciera que la creación siguiera sus propias normas, no obstante, está sometida a Dios, es Él quien al fin y al cabo nos guía.
Nuestra dependencia de Dios es evidente en el hecho de no poder prescindir de alimento, el cual no surge por si mismo, sino que son los dones de Dios que Él continuamente nos ofrece. El ciudadano no se equivoca: el pan que compramos también es don de Dios, y Dios obsequia abundantemente, la tierra está dispuesta de tal forma que todos obtienen lo necesario, Su cuidado también se extiende a los animales. „En su gracia y generosidad absoluta también alimenta a los animales, pues Dios no sólo provee aquello que los seres humanos necesitamos para vivir, sino que por su naturaleza generosa y por no necesitar una exhortación ajena, en su bondad también provee alimento para los animales.“

¿El ser humano como centro de la creación?
Es cierto que Calvino consideraba al ser humano como centro de la creación “Sabemos que el mundo ha sido creado para el hombre”, señala (Institución de la Religión Cristiana I.16,6). Sin rodeos denomina al ser humano como la superior de todas las criaturas, el ornamento más digno y valioso de la tierra. Sin embargo, la creación no le fue confiada al ser humano para su simple ‚utilización’, la comprensión de Calvino respecto a la naturaleza y sus recursos no es utilitaria. La creación debe motivar en primer lugar nuestro agradecimiento, Dios creó la tierra para nuestro regocijo: “¿Pensamos que el Señor ha dado tal hermosura a las flores, que espontáneamente se ofrecen a la vista; y un olor tan suave que penetra los sentidos, y que sin embargo no nos es lícito recrearnos con su belleza y perfume? ¿No ha diferenciado los colores unos de otros de modo que unos nos procurasen mayor placer que otros? ¿No nos ha dado, finalmente, innumerables cosas, que hemos de tener en gran estima, sin que nos sean necesarias?” (Institución de la Religión Cristiana III, 10,2).
La posición privilegiada del ser humano sin duda también significa una cierta aspiración de dominio, lo que de ningún modo conduce a un acceso sin restricciones en el manejo de la creación. Justamente por el hecho de que el mundo fue creado para el ser humano, éste también porta una especial responsabilidad frente a él.
Y ante todo, el ser humano debe estar conciente de que este mundo no representa para él más que un lugar temporal, es decir, habita aquí en la esperanza de la vida futura. El corazón del cristiano está orientado de tal modo al futuro de Dios, que involuntariamente surge una distancia de este mundo. En cuanto tomemos conciencia del significado de la vita futura, ya no le concederemos a este mundo el mismo significado. „La gracia de Dios se ha manifestado para salvación de todos los hombres, enseñándonos que renunciando a la impiedad y a los deseos mundanos, vivamos en este siglo sobria, justa y piadosamente, aguardando la esperanza bienaventurada y la manifestación gloriosa de nuestro gran Dios y Salvador, Jesucristo” (Inst. III.7,3).
Esta orientación en la vida futura también tiene consecuencias en la relación con la creación, sin conducir al desprecio de lo terrenal - Calvino siempre se opuso a ello - ésta libera de la obsesión por bienes materiales y pone el fundamento para una vida ‚sobria, justa y piadosa’ en este mundo.

Dios provee abundantemente, pero para un uso prudente
Dios es generoso, los dones de la creación están a nuestra disposición en forma abundante, lo que no significa que deban despilfarrarse o derrocharse. Debido a que son dones de Dios, poseen un valor incalculable y exigen un trato cuidadoso, mediante la forma en que los utilizamos estamos honrando al Creador. Al igual que la codicia por obtener más y más, la avaricia o el acaparamiento, el despilfarro (gaspillage) también es un pecado. Puesto que recibimos lo que inicialmente no nos pertenece, al manejar los dones en forma deliberada estamos ofendiendo al que nos provee. „A Adán se le encomendó el cuidado del jardín para mostrarnos que las cosas que poseemos nos las confió Dios, bajo la condición que le diéramos un uso moderado y sobrio y seamos cuidadoso con lo restante.“ El despilfarro es también condenable porque priva a nuestro prójimo de los dones que también le corresponde, Calvino mismo vivió modestamente.
Calvino aprueba la capacidad del espíritu humano para crear nuevas cosas, Dios mismo le concedió este don a los seres humanos y le es permitido usarlo. „El espíritu del ser humano es un maravilloso taller que inventa esto y aquello, y como la experiencia lo demuestra, no tiene mesura ni fin.“ Calvino, sin embargo, no se da por satisfecho con esta afirmación, la pregunta decisiva para él es a qué propósito atiende el ingenio humano. La innovación no debe conducir a romper el orden de la naturaleza, la vida humana debe caracterizarse por la modestia y sencillez. Calvino rechaza la producción innecesaria, „pues lo superfluo aumenta permanentemente…. vean entonces a lo que las personas se abandonan: a sus deleites y alegrías, a su suntuosidad y presunción y a todo lo que les parece gracioso y codiciable.” Se debe poner límites al afán por nuevas invenciones, tenemos que „darnos por satisfechos con el uso modesto, así como nuestro Señor nos lo brinda”.

Se exige respeto en primer lugar por la tierra y el suelo. El suelo debe cultivarse, por tanto, en forma cuidadosa y prudente, pues no solamente nos presta utilidad a nosotros, sino también a nuestra descendencia y por ello no se le debe explotar excesivamente. „Que aquellos que poseen un campo, cosechen los frutos de tal manera que el suelo no sufra daños por negligencia de éstos. Que traspasen la tierra a sus descendientes así como la recibieron o incluso en mejor estado… más aún: que reine entre nosotros la responsabilidad y cuidado frente a todas las buenas cosas que Dios nos da, de manera que cada uno en todo lo que posee se entienda como mayordomo de Dios. Así nadie se comportará en forma desmesurada y estropeará por abuso cosas que Dios desea conservar.”
Con este trasfondo, Calvino también comprendía la disposición del año del jubileo del Antiguo Testamento, respecto al cual plantea las siguientes reflexiones: „Según la fertilidad o riqueza de cada región, se deja reposar los campos cada tercer o cuarto año para que su savia y humedad no se agoten. Ciertamente, una fertilidad en la que los campos traigan frutos sin interrupción, es casi imposible de encontrar. Por ello, se debe dar reposo y descanso a los campos para que recuperen su fuerza y sustancia.“

La importancia perdurable de Calvino
¿Cuán relevante es el testimonio de Calvino hoy en día? ¿Qué nos plantea respecto a la actual crisis social y ecológica?
1. Cumplir con la voluntad de Dios. Calvino no es ni el ‚padre de la modernidad’ ni tampoco el ‚tirano hosco’ que subyugó la ciudad de Ginebra. Lo que en realidad lo impulsa es el esfuerzo por subordinar la vida actual a la voluntad de Dios. El ser humano está destinado a vivir bajo la subordinación de Dios, pues únicamente sometido a Él es en todo sentido ser humano. Calvino estaba conciente de los cambios que marcaron su época e identificó con claridad los nuevos desarrollos que habían surgido. Su preocupación, sin embargo, era dominar estos adelantos de acuerdo al fin y voluntad de Dios. Calvino se ve ante seres humanos capaces de nuevo autodesarrollo, sin embargo, en su opinión el autodesarrollo como separación de Dios sólo acarrea desgracia. La pregunta decisiva es cómo se santificará y glorificará el nombre de Dios en medio de las transformaciones de la época. La espiritualidad de Calvino consiste en plantear radicalmente esta pregunta. Calvino habría luchado determinantemente contra cualquier sistema que aceptara las injusticias sociales como hecho, y de la misma manera, cualquier sistema que degradara la creación de Dios a objeto y que permitiera su explotación a través de los seres humanos.
2. Límites del autodesarrollo humano. Principalmente la comprensión de Calvino sobre el ser humano es determinante, volcándose con toda firmeza en contra de la idea que el ser humano se autodetermine y esté llamado a autodesarrollarse. Dios le da espacio al ser humano, lo hace rico antes de nacer, según señala la Biblia. El ser humano puede y debe desarrollarse en este espacio, pero queda radicalmente subordinado a Dios, es decir, es dependiente de Dios el Creador y simultáneamente de la creación en el que Dios lo ha puesto, además, debe darse por satisfecho con lo que Dios en su bondad le brinda. Calvino llama a los seres humanos de hoy en día a retornar a la mesura que Dios les ha ordenado.
3. El testimonio del Antiguo Testamento. El hecho de que Calvino volviera a abordar el Antiguo Testamento como ningún otro reformador, es de extremada importancia para nuestro tema. A pesar de su concentración en la vida, muerte y resurrección de Cristo, su pensamiento también está marcado en gran medida por los conceptos del Antiguo Testamento. Sólo se piensa en su positiva valoración del mandamiento del sabat, sin embargo, para él también es familiar lo que el Antiguo Testamento señala sobre la creación, la tierra, el suelo y la fertilidad. El vínculo a la tierra, característico del testimonio veterotestamentario, se perdió ampliamente en la tradición cristiana, lo que el Antiguo Testamento relata en cuanto al suelo y la fertilidad se espiritualizó tempranamente. Los mandamientos del Antiguo Testamento respecto al trato del suelo se desvanecieron gradualmente o fueron traspasados a lo espiritual. El mérito de Calvino es haber transmitido el pensamiento veterotestamentario en forma renovada a la iglesia cristiana. La sujeción de Israel a la tierra y la dependencia del ser humano del Creador son los pilares fundamentales de su teología y práctica.

Prof. Dr. Lukas Vischer, Ginebra
Traducción del texto original en alemán
Tomado de www.calvin09.org

Pueblo del Señor - Canción lema

Pueblo del Señor
(Salmo 78:1-7)

Pueblo del Señor, escucha su voz,
palabras de ayer, alegran la fe.

Lo que oímos y sabemos,
a nuestros hijos contaremos,
milagros del Dios de la Vida,
cantemos con voces unidas.

Su preciosa ley y su gran poder,
canta con amor, desde el corazón.

De generación en generación
su paz y verdad, tú compartirás.

Tiempo es de confiar, Dios te sostendrá.
Su amor es poder, que anima la fe.

Letra y música: Greg Scheer (Estados Unidos de Norteamérica)
Trad al español: Gerardo Oberman (Iglesias Reformadas en Argentina)

Pueden acceder a la melodía y a la partitura en el siguiente enlace:
http://www.calvin09.org/materialpool/hoeren/materialpool-hoeren.html&lang=4

viernes, 17 de julio de 2009

El gobierno y la política


El gobierno y la política
Karl Barth
Traducción de Rubén J. Arjona Mejía

La última sección de la ética de Calvino se refiere al gobierno político. Quiero tratar este tema más profundamente por dos razones, por su significación, y más aún, porque en esta área en particular encontramos, con claridad especial, la unicidad teológica de Calvino. Primeramente, echemos un vistazo al marco de pensamiento desde el cual Calvino decidió tratar, en un manual didáctico, lo que era entonces un asunto peligroso, es decir, la relación entre Cristianismo y política. Es importante que tengamos claro esto para que podamos evaluar con justicia el contenido sorprendente de esta sección última de su obra. Mantengamos en mente los siguientes puntos de vista.

1. Como abogado Calvino era un experto en la materia. Aquí, más que en ninguna otra parte, esperaríamos que esto fuese evidente a partir del conocimiento expuesto y de los temas que le ocupan. Sin embargo, cuando leemos esta sección sufrimos cierta decepción en este sentido –si resulta placentero o no, es un tema aparte- por lo menos en tanto que no trata ningún asunto que no resulte estrictamente relevante en esta área de su especial conocimiento, o bien, porque no expresa pensamientos que no pudieran ser entendidos aun por los que no tienen ninguna formación jurídica. La razón de esto no es que hubiera olvidado su conocimiento jurídico; posteriormente, en Ginebra, dio una amplia demostración y mostró que sabía hacer buen uso de estos recursos en determinados casos.
2. No cabe duda que Calvino escribió esta última sección de su libro con un interés material específico. No era un monje recién salido del claustro que se daba cuenta que había tanto un gobierno secular como uno espiritual, de tal forma que para bien o para mal tuviera que luchar con esta ajena realidad. Calvino era un hombre del mundo que ciertamente había investigado los asuntos de la vida pública –si la anarquía era buena o mal, la mejor forma del estado, si la revolución y el tiranicidio era permisibles- antes de tratar el tema desde el punto de vista del NT. Debemos recordar con qué profunda habilidad y gusto participó toda su vida en la alta política, incluso la más alta. De hecho, aunque no en forma, fue estadista y pastor no sólo de Ginebra, sino también de su congregación internacional. En un simposio recién organizado bajo el título Los maestros de la política (Stuttgart and Berlin: Deutsche Verlagsanstalt, 1922) Calvino es el único teólogo representado, y en una brillante descripción, H. von Schubert se aventura a compararlo con Napoléon. Hoy bien podríamos imaginarnos a Calvino como un lector asiduo y escritor de periódicos; los políticos modernos de todos los partidos y países probablemente aprenderían algo de él. Pero si esperamos encontrar algo de su gran habilidad e interés en esta sección, otra vez, nos veremos decepcionados. Sus pensamientos acerca del gobierno, la ley y la sociedad, como las expresa aquí, son probablemente más claras y precisas que las de muchos teólogos que entonces se ocuparon de tales asuntos, pero no nos muestran más del estadista. Calvino impuso deliberadamente una cuña a su interés y a su conocimiento.
3. Sin duda, a este campo como al de la iglesia, aportó intuiciones y metas específicas, así como conocimiento y preocupaciones. Detrás de su exposición de las diferentes posibilidades y requisitos de la vida pública, está no sólo un conocimiento exacto del tema, y no sólo una atención abstracta a lo que ocurre ene este teatro, como nosotros la tendríamos si no tenemos compromiso alguno con el dogma de algún partido, y precisamente por ello, nos vemos forzados a jugar el rol frustrante de los que solo miran. Como pronto se evidenciaría en Ginebra, Calvino tenía ideas específicas de lo que quería, ideas muy específicas; por ejemplo, de la mejor forma de gobierno (él fue un republicano aristócrata), de la ley civil y penal, de la situación y demandas de Europa, y aun de las relaciones y posibilidades económicas. En tales asuntos fue todo menos un idealista mundano; fue sumamente pragmático. Para mencionar solo una cosa, durante buena parte de su vida se lanzó en cuerpo y alma, y gastó sus energías, en una lucha contra las políticas de Berna; y en su lucha, ¡sabía como alcanzar lo que quería y necesitaba! Pero en la Institución no encontramos señales, casi ninguna señal, de que quisiera algo, ni siquiera en las ediciones posteriores que se publicaron en medio del calor de los conflictos. Puede desarrollar el más candente de los temas políticos sin jugar a la política (ni con pistas) en una sola línea; sin argumentar a favor de lo uno o de lo otro. Entre más cerca lo examinamos, más claramente nos damos cuenta de que no hay decisiones específicas en temas particulares; las preguntas quedan abiertas, que, aunque lo lamentemos, no asistimos a un curso específico en política calvinista. Si a una persona sin compromiso alguno le fuera dada esta sección para leer sin que supiera quién es su autor, a tal persona le sería difícil identificar al hombre, al que no injustamente, ha sido llamado un padre, si no es que el padre, del ideal político y económico de la democracia liberal de Europa Occidental, pero más probablemente vería aquí a un legitimista de Alemania del norte que es suficientemente perspicaz para ver más allá de su legitimismo. ¡Que dominio propio debió tener este autor, o, mejor dicho, que bien controlado por otro interés, para que, al dar instrucción de la religión cristiana, fuera capaz de no decir lo que él, Juan Calvino, en realidad añoraba decir con todo fervor de corazón y con toda la brillantez de su mente!
4. Finalmente, debemos recordar qué tanto la predisposición y el empuje de toda la teología de Calvino nos hacen esperar que tendría que ofrecer aquí un argumento pleno y aterrizado. ¿Acaso no intentó la síntesis entre los conocimientos divino y humano? ¿No intentó complementar la sístole luterana con la diástole reformada? ¿No insistió firmemente en la justificación por la fe, y al mismo tiempo, como un eticista, mantuvo ambos pies firmemente sobre la tierra, y, por lo tanto, buscó aplicar la intuición de la Reforma (como crisis) al problema horizontal de la Edad Media y de nuestro tiempo?¿Por qué, entonces, no hay programa alguno de un estado teocrático o de un socialismo cristiano? ¿Por qué, por lo menos, no nos tranquiliza con un intento por derivar del evangelio un camino para articular la vida y el mundo en congruencia con el evangelio, y, por lo tanto llevarnos a la meta a la que con cierta impaciencia queremos ser conducidos cuando alguien asume la tarea de darnos instrucción sobre la religión cristiana? ¿Acaso no es esta la debilidad añeja de la teología y de los teólogos, que en el preciso momento en el que esperamos rediman la promesa que desde tiempo atrás nos han dado y nos han dicho: “Has esto y no hagas esto por tales y tales razones,” nos dejan plantados otra vez sobre la base de un fresco pretexto dialéctico? ¿Por lo menos, a partir de algunos escritos acerca del Calvino y el calvinismo, no buscaríamos mejores cosas en él?

Sí, tenemos aquí una debilidad de la teología, por lo menos de la teología protestante, si es que queremos llamarla una debilidad. En lo personal yo diría, desde luego, que es una iniciativa de la teología protestante y reformada que la distingue de las teologías medievales y modernas, que ella no puede ni hará otra cosa que dejarnos con el predicamento, o, más bien, que nos dejará claro que la palabra final: “Haz esto o no hagas esto,” debe, desde luego, ser dicho (el “debe” es específicamente reformado), pero que puede ser dicho sólo por Dios mismo y por su Palabra. ¡Si la teología reformada, al referirse a la ética, quisiera que las cosas fueran diferentes, esto significaría apostasía de la Reforma! Aquellos que buscan un programa, o simplemente un sistema de direcciones en la instrucción cristiana deben voltear a Tomás y no a Calvino. (Anteriormente expliqué que nosotros, los protestantes modernos de todas corrientes, nos llevaríamos mejor con Tomás que con Calvino). Añorar los caminos suaves y bien iluminados del catolicismo romano medieval es una emoción muy comprensible, y por cierto, está muy viva entre nosotros los teólogos protestantes para que nos ofendamos cuando otros nos acusan de dejarlos plantados en el punto más álgido de nuestras exposiciones. Pero no somos nosotros quienes lo hacemos. Es la Reforma la que nos deja plantados en el momento que pensamos: ¡Eso es! O mejor dicho, nos deja al amparo de Dios. Nos muestra claramente que todo lo demás que ha sido dicho sólo constituye una experiencia que nos ayuda a eliminar cualquier otra posibilidad de salvación; nos deja en el punto en el que debemos entregar –nuestra conciencia, nuestras intuiciones y nuestra voluntad- a Dios.
No debemos esperar nada más de Calvino, ni siquiera en su ética; de lo contrario no sería Calvino, sino Tomás, o Bernardo de Clairvaux, a quienes, por cierto, estuvo relacionado en algunas maneras, aunque no debemos perder de vista que esto ocurrió bajo un signo cambiado, es decir, con el conocimiento reformado de Dios, con la teología de la cruz que es también el punto de su ética. Todo se vuelve totalmente diferente en él. Por ende, no puede ser que en sus síntesis él busque, ya sea pacífica o violentamente, apuntar hacia un camino de la tierra al cielo, o aun del cielo a la tierra, como si las líneas paralelas estuvieran por encontrarse en una esfera finita. No. Dios sigue siendo Dios y nosotros seguimos siendo humanos. Calvino experimentó esta antítesis, o por lo menos la expresó y la enfatizó, mucho más agudamente que Lutero, y, por lo tanto, desarrolló mucho más precisamente que Lutero la tesis de que Dios es nuestro Dios, el Dios de gente real que vive en un mundo real, que no hay manera de huir de su presencia hacia otro mundo, que no hay mundo alguno que aun en su estado actual, no sea el mundo de Dios, que precisamente en este mundo nos mantenemos bajo el mandamiento de Dios. Todavía bajo el mandamiento de Dios. El peso que ha sido puesto sobre nosotros por el hecho de que Dios es el Señor que emite los mandamientos, no nos puede ser quitado por nadie, ni siquiera por un buen abogado cristiano, no importa que tan grande pudiera ser su interés político o qué también supiera lo que quiere. Si alguien nos quitara este peso, aun si fuera un ángel del cielo, si con gratitud exaltáramos a aquel ser celestial como el ser que finalmente, por fin nos trajo claridad y nos dio directrices, ese ser sería el más peligroso y abominable engañador.
Calvino no fue un engañador de ese tipo. No fue el Gran Inquisidor de Dostoyevsky. Con frecuencia puedo parecerlo. En lo personal algunas veces he pensado que él fue más peligroso que todos los papas y generales de la orden jesuita juntos, porque, bajo el signo de la Reforma, estaba haciendo el trabajo del peor tipo de contra reforma. Pero precisamente la cosa sorprendente en esta última sección de la Institución nos muestra que, si nada lo ha hecho, que él no era un engañador; conocía mejor que otros la tentación del Gran Inquisidor y, desde luego, la preocupación válida que tenía al respecto. Es por esto que no establece ningún estado cristiano, socialismo cristiano o un código cristiano civil o penal, aunque, desde luego, no le faltan ideas y planes en ese terreno, y más aún, cuando el tiempo le llegó, no sólo de enseñar, sino simplemente de vivir, él echaría mano de importantes experimentos en esa dirección, no sólo como meramente legítimos, sino en calidad de mandatos divinos, y, por esta razón, habría de conducirlos con un éxito histórico incomparable.
Ayer vimos cómo Calvino no hacía excepción alguna en su criticismo de todo poder eclesiástico que no tenga la fuerza misma de la Palabra de Dios, aunque esabía bien lo que quería en este campo y lo buscó y alcanzó (disciplina eclesiástica). El punto decisivo es, sin embargo, que, fundamentalmente, él ubico el contenido de su voluntad, lucha y conquista –que además fue específico, bien meditado y verdaderamente importante- en un nivel muy distinto, en el que, desde luego, Dios tiene que ser oído y obedecido, pero en el que también la imbecilidad humana gobierna, en el que cara-a-cara con la eterna majestad de Dios no puede haber eternidades humanas, en el que, como dijimos ayer, la serpiente de bronce que Moisés levantó puede ser destruida otra vez por orden del mismo Dios. La voluntad y la lucha humanas, aun cuando sean obedientes a Dios, y especialmente entonces, tiene que tener un contenido específico. No podemos obedecer a Dios sin desear o buscar algo, esto o aquello. Pero lo que nosotros los humanos deseamos y luchamos por conseguir, aunque sea algo importante y significativo, aunque fuere la ciudad misma de Dios, siempre se mantiene como tal ante la sombra de la relatividad de todo lo humano. Ni puede ni debe convertirse en tema en la instrucción de la religión cristiana para que no adquiera la fuerza de una nueva forma de esclavitud de conciencia. Esta instrucción, si ha de permanecer pura y verdadera, puede sólo proveer una base para la posibilidad de lo que puede y debe ocurrir en el lado humano en obediencia a Dios, a la distancia infinita de la creatura del Creador, y, sin embargo, también con una visión del Creador. No puede proveer una base para la realidad. Pues esta realidad siempre es humana, temporal, de este mundo. Si Dios, en su misericordia la acepta como algo agradable a él, ese es asunto suyo. Pero nosotros ni podemos ni debemos creer que vamos a lograrlo, como si nosotros fuéramos los que decidiéramos. El no hacer esta distinción es un rasgo de la teología católico romana. Vuelvo a decir que tal vez estaríamos mejor si no tuviéramos que hacer esta distinción. Pero Calvino sí la hizo. Por eso su absoluto silencio precisamente en lo que nos causa más curiosidad. La síntesis de Calvino es la síntesis entre Dios en su majestad y nosotros en nuestra imbecilidad, entre el Dios santo y los pecadores. ¡Ninguna otra! En virtud de que somos teólogos protestantes, debemos, de alguna manera, aceptar esto.
Analicemos ahora, brevemente, el contenido de esta última sección. Recordaremos que en la segunda sección de la ley eclesial, en la que por cierto no nos da ninguna ley, él usó el título “Libertad cristiana”. Estas palabras por sí mismas nos dicen todo. Calvino quiere que aquellos que están siendo instruidos pongan lo pies en la tierra. Desde luego, quiere contestar la pregunta: ¿Qué haremos? Pero él sólo puede dar su respuesta en el marco de la libertad cristiana. Recuerden que “libertad” es la palabra clave con la cual Dostoyevsky distingue a Cristo del Gran Inquisidor. Lo único que está en disputa es que debemos ser forzados a una situación en la que somos llevados a Dios, y, por lo tanto, libres, que debemos ser liberados de las ilusiones que pueden mantenernos cautivos y lejos de la libertad.
Por lo tanto, el propósito de Calvino en esta sección no es, como pudiera parecer, el de fundar o establecer el estado ideal. Como lo hizo anteriormente, cuando discutió el tema de la iglesia, su propósito es mostrar cuál es la voluntad de Dios en los órdenes existentes, ¡con el énfasis puesto no en los órdenes existentes, como sería en una visión conservadora, sino en la voluntad de Dios! No puede haber libertad cristiana sin sumisión a la voluntad de Dios. Los derechos del gobierno y la ley, así como el deber de los ciudadanos de obedecer, emergen sólo a partir de la libertad cristiana. Pues en el gobierno y en la ley encontramos el orden de Dios que particularmente los cristianos no deberían nunca evitar.
El enemigo con el que Calvino lucha aquí es el punto de vista de los radicales de que la salvación implica la reforma total del mundo, lo cual implica dejar a un lado a un gobierno y a una ley imperfectas. Para Calvino esta visión está tan mal que ni siquiera se preocupa por expresar su propia preocupación por un mejor gobierno y una mejor ley. Debemos evitar esta “ilusión judaica” que haría del reino de Cristo parte de este mundo. No debemos fundir con este mundo aquello que no pertenece a él, sino que debe seguir su propia lógica (ratio). Así como son diferentes el alma y el cuerpo son diferentes el reinado espiritual de Cristo y el orden civil. La libertad espiritual es verdaderamente incompatible con la sujeción política. Nuestra condición humana y las leyes nacionales bajo las que vivimos no cuentan, pues el reino de Cristo no consiste en tales cosas. Así lo dice el padre de la democracia moderna, ¡el hombre para quien en realidad no fue un asunto indiferente el hecho de tener que seguir viviendo bajo las leyes de la vieja Ginebra! Pero esa preocupación se une a otra, que en nuestro deseo por tener mejores leyes humanas no debemos nunca olvidar o despreciar la ley de Dios que está presente siempre y en todos lados.
¿Acaso esta distinción hace del orden civil objeto de indiferencia y desprecio? ¡De ninguna manera! Ese orden es una cosa diferente del reino de Cristo, pero no está en contradicción con él. El reino celestial comienza desde aquí con el reino de Cristo en nosotros, y en esta vida mortal y perecedera, tenemos, por lo tanto, un prospecto de bienaventuranza inmoral e imperecedera. El punto, pues, del orden civil es integrar nuestra vida, mientras vivamos con otros, para formar la sociedad humana, para darle a nuestra vida un marco de justicia, para hacernos responsables los unos de los otros, para nutrir y apreciar la paz y la tranquilidad. Todo ello será superfluo cuando el reino de Dios, que ahora permanece escondido en nosotros, ponga fin a la vida presente. Pero si bien es cierto que la voluntad del Señor es que andemos como peregrinos esperando nuestra verdadera casa, nuestro peregrinaje demanda instrumentos de ese tipo, y despojarnos de ellos sería despojarnos de nuestra humanidad.
Noten aquí el doble significado del término “humanidad” (humanitas). En primer lugar denota nuestro peregrinaje terrenal lejos de nuestra verdadera casa, y, por lo tanto, algo no menos imperfecto que necesario. Pero esta cosa imperfecta y necesaria es la voluntad de Dios bajo la que permanecemos aquí y ahora. No debemos tratar de evadirla aunque veamos cuán superfluas serán estas ayudas cuando nuestro peregrinaje llegue a su fin, cuando no haya más aquí y ahora, cuando el reino de Dios ponga fin a nuestra vida presente. ¡Qué falta de discernimiento denotamos cuando tratamos de evadir esta relativa voluntad divina que es válida aquí y ahora! Como si no fuera simplemente una barbaridad (immanis barbaries) dar rienda suelta al mal en virtud de algún sueño de una perfección que ya es posible.
Calvino entonces procede a enlistar todo lo que implica el orden civil: primero, simplemente, ver porque la vida sea posible; luego ver que no haya idolatría, ninguna blasfemia en contra de la verdad de Dios, ninguna ofensa en contra de la religión pública; que la paz pública no sea alterada; que la propiedad de todos sea protegida; que las transacciones reguladas entre personas sean posibles; que el culto cristiano sea ordenado; y otra vez, sin ambivalencia alguna, alcanzar la humanidad entre nosotros. Calvino pide disculpas por hacer del cuidado de la religión un asunto político cuando en verdad está fuera de la esfera de la competencia humana. Preferiría no hacerlo, pero su preocupación es simplemente proteger la verdadera religión de la calumnia pública y el escándalo. Aquí, obviamente, estamos al nivel de consideraciones relativas; Calvino mismo lo señala. Nosotros no debemos nuestras vidas a las autoridades sino a Dios. Dios no necesita que el estado lo proteja a él y a su verdad. La propiedad privada y el libre comercio no son asuntos de importancia suprema. La humanidad no es la llave que abre la puerta del cielo.
Naturalmente, no necesitamos que Calvino nos diga todo esto. Pero, ¿No podemos entonces afirmar que estos postulados, incluyendo una protección leal de la iglesia por parte del estado no tienen una justificación relativa? La seriedad de la situación humana fuerza a Calvino a decir que sí; su lado divertido le permite hacerlo. No debemos confundir la justificación que hace Calvino del estado con conservadurismo político, pues este mandamiento es válido sólo por un tiempo, y, tal como lo veremos, los detalles están basados sólo con base en el tiempo y el lugar, no en la institución divina.

¿Qué cantaba Calvino?


¿Qué cantaba Calvino?

Se había hecho muy sofisticado el asunto. En Roma se había fundado una escuela de niños – Gregorio los examinaba personalmente – que después de años de enseñanza esmerada pudieran consagrar su vida al canto eclesiástico. Los cantores instruidos salían de Roma y se dirigían a todas las partes de Europa Occidental. Aquellos primeros maestros establecieron escuelas en varios centros. Muy bien organizadas y estrictas casi no había participación de laicos, que con los años lograban la difusión del cristianismo por las diversas naciones pero quienes entendían el latín eran cada vez menos.
Los que primero rompieron esta barrera fueron los Hermanos Bohemios seguidos de Juan Huss, quien murió quemado en la estaca en 1415, en Alemania. Él creía que la gente debía participar en el canto de la iglesia y sus discípulos continuaron su obra y editaron en 1504 el primer himnario para uso congregacional. Pero el gran propulsor de la himnología congregacional fue Martín Lutero al dar la Biblia y el himnario en la lengua materna.
Juan Calvino, que había nacido 16 años después de Lutero, adhirió a la idea que la gente entonara las melodías populares pero con letras religiosas y en el idioma del pueblo.
En 1539 cuando Calvino estaba en Estrasburgo como pastor de los refugiados franceses había aprovechado 12 salmos de Marot y con otros pasajes bíblicos como los Diez Mandamientos, el Credo y el Cántico de Simeón, hizo una colección de 21 poesías religiosas: 1º himnario de uso congregacional en la iglesia reformada dirigida por Calvino. Clement Marot era un poeta de la corte de Luis XII que había publicado 30 salmos traducidos al francés.
Calvino le encargó al músico Loys Bourgeois que le pusiera una melodía a cada salmo y en la 1º edición en 1542 Calvino escribió: “las palabras expresadas por medio de la música pueden calmar el corazón y al entonar los salmos de David que dictó y creó el Espíritu Santo podemos estar seguros de que Dios pone las palabras en nuestra boca, como si fuese Él quien canta dentro nuestro”.
No será hasta 1561 que con la pluma de Teodore de Bèze se completó la metrificación de los 150 salmos, y las melodías en total 125, se completaron con la colaboración de un músico francés Claudio Goudimel.
La austeridad característica de Calvino y su convencimiento de que el canto debía ser puro y libre de distracciones o ideas confusas lo hacía cantar al unísono y sin acompañamiento instrumental, encabezando una reacción en contra de la música florida y las formas litúrgicas demasiado teatrales, dice el himnólogo Eduardo Ninde, y consiguió que ensayaran los salmos en las escuelas, de 11 a 12 hs cuatro veces por semana y luego en los cultos, los chicos, con sus voces dirigían a la congregación en el canto de melodías nuevas.
Un inglés que huyó a Ginebra para salvar su vida escribió: “La ciudad ofrece un espectáculo muy interesante cuando, en los días de semana, se aproxima la hora del culto. Tan pronto como se oye el primer tañido de la campana, se cierran todos los comercios, la conversación cesa, dejan de lado todas las transacciones, y de todas partes acude la gente a la iglesia más cercana. Cuando llegan, cada uno extrae del bolsillo un pequeño libro que contiene los salmos métricos, y luego la congregación canta antes y después del sermón”.
Calvino pudo ver la colección completa del Salterio Ginebrino sólo dos años antes de su muerte (1564), y tuvo una influencia impresionante en todo el mundo reformado en Suiza, Holanda, Hungría, los puritanos en Inglaterra, los presbiterianos en Escocia, los hugonotes en Francia y los bohemios y los moravos en Checoslovaquia, hasta en EEUU, donde por más de 200 años se cantaron sólo salmos.
Imaginen la revolución que fue en su momento que en ese año 1562 salieron ¡24 ediciones! en París, Caen, Lyon, Ginebra y otros lugares.
Pensar que los salmos no nacieron en un clima devocional sino en la corte de los reyes de Navarra, donde Marot tenía influencia. Lo curioso es que el 1º Sínodo Reformado se celebró allí, en Navarra, en 1563, hoy departamento de los Bajos Pirineos.
Cada vez que cantamos “Como el ciervo ansioso brama” estamos cantando la letra traducida del francés a nuestro idioma del original del salmo.
Cada vez que cantamos la doxología (444 de Cántico Nuevo), estamos cantando la música que originalmente era del salmo 134.
Nunca se dejaron de cantar, hasta el día de hoy, los salmos con otras melodías, pero asimismo, dos siglos después del Salterio Ginebrino, se afirmó la necesidad de enfatizar la centralidad de Cristo a través del canto y ampliarlo a la magnitud actual.

Lucas Millenaar
Tomado del boletín Noti-nos, de la Iglesia Reformada de Buenos Aires, Julio 2009

viernes, 10 de julio de 2009

Calvino, "el hereje ortodoxo": 500 años de visión reformada


Leopoldo Cervantes-Ortiz
(publicado en ALC noticias)

Ciudad de México, viernes, 10 de julio de 2009

Justo una semana antes de la conmemoración de la fecha exacta del nacimiento de Calvino, L’Osservatore Romano, el periódico del Vaticano, publicó un texto de Alain Besançon, miembro de la Academia Francesa sobre la nueva edición de Obras del reformador publicada en la prestigiosa colección Pléyade (Gallimard). Bajo el título “El reformador que desencarnó la encarnación”, el artículo de Besançon va más allá de las fronteras de una mera reseña y se ocupa de resaltar el impacto de Calvino en los países europeos, comparándolo con los alcances de lo realizado por Lutero. Las primeras palabras del artículo colocan al reformador al lado de Rousseau, como el par de figuras francesas que provocaron transformaciones de fondo en la civilización occidental:

Pocos franceses han dejado una huella duradera, visible y reconocida sobre la faz de la tierra. No hablo de quienes han lanzado una moda intelectual o artística […] Tampoco de quienes forman parte ya de los clásicos, como Montaigne, Pascal, Balzac, Cézanne y muchos otros. Pienso sólo en los que han incitado a una parte de la humanidad europea y la han desviado de su camino histórico habitual, que no han tenido la fuerza de imprimirle otra dirección. No veo más que dos: Rousseau, sin duda, que remodeló el siglo XIX y hasta el XX, y más aún Calvino. [1]

La noticia de la aparición de este texto en la prensa oficial vaticana está dando la vuelta al mundo, sobre todo porque algunos medios la han interpretado como una especie de “reivindicación” o rescate del antiguo hereje del siglo XVI. Primero que nada, Besançon reconoce a Calvino como un cristiano, ortodoxo, que aceptó los principales credos antiguos: “Era un cristiano que creía en la Iglesia una, santa, católica, aunque prefería decir universal y apostólica. […] Creía en la Trinidad, el pecado original, la salvación a través de Jesucristo y aunque no le gustaba que se rezase a la Madre de Dios, creía firmemente en su virginidad perpetua. Contrariamente de lo que se dice, creía en la presencia real [de Cristo en la Eucaristía], aunque no admitía la concepción católica de la transustanciación”. [2]
A partir de ahí, las alabanzas no cesan y subrayan la forma en que Calvino contribuyó al surgimiento de una nueva época. Es muy notable la forma en que, sin renunciar incluso al humor (refiere por ejemplo, que un amigo le ha dicho que en Holanda “el paisaje religioso se divide hoy entre calvinistas protestantes, calvinistas católicos, calvinistas judíos y calvinistas librepensadores, tan profunda es la huella dejada por el reformador francés”), el autor traza líneas interpretativas sobre el valor teológico-político del pensamiento de Calvino en sus diferentes áreas de influencia. Luego de referirse a las diferencias de Calvino con la Iglesia católica y Besançon subraya que el reformador alemán no fue capaz de fundar una verdadera iglesia, “ya que entregó la guía a los príncipes, al considerar que el príncipe cristiano podría ser el obispo natural”. Calvino no pensaba igual y “fundó un sistema eclesial compenetrado en la sociedad civil y al mismo tiempo lo suficientemente independiente como para no ser influenciado”. Para Besançon, su modelo de Iglesia “es una creación genial, capaz de adaptarse a las monarquías, a las repúblicas aristocráticas, a las repúblicas democráticas. Resiste de manera ágil a todos los cambios y a la revolución de la modernidad. Su superioridad histórica, es decir su eficacia, es patente, frente a la rigidez autoritaria del mundo luterano”, precisa.

Por otro lado, la Alianza Reformada Mundial ha insistido en que celebrar el nacimiento de Calvino no lo convierte en santo ni mucho menos: “La familia reformada conmemora este evento, pero sin pretender crear un culto a Calvino ni mucho menos colocarlo en un altar como a un “santo perfecto”. Calvino no era de ninguna manera perfecto, y fomentar el culto a la personalidad va en contra de la esencia misma del cristianismo reformado. El propio Juan Calvino habría insistido en decir: Soli Deo Gloria, “La gloria sólo para Dios”. [3]

El comunicado, firmado por Setri Nyomi y Clifton Kirkpatrick exhorta a las iglesias y comunidades reformadas de todo el mundo a conmemorar este día “en un espíritu de gratitud hacia Dios, por la inspiración que Calvino infundió en un movimiento de personas empeñadas en vivir fielmente para Dios, en los más diversos contextos, y por la forma en que su legado sigue guiándonos, para que respondamos con fe, con sinceridad ante Dios, a los retos que enfrentamos hoy en día”. A continuación, se incluyen algunas citas de Calvino referidas a la cuestión económica, el medio ambiente y la unidad de la Iglesia que manifiestan la actualidad de su pensamiento.

En el ambiente reformado así ha sido la tónica dominante de las celebraciones del Jubileo: de promover el triunfalismo, se busca promover la recuperación histórica de la herencia calvinista de manera autocrítica, reconociendo los defectos y las mutaciones que sobre la marcha ha sufrido la perspectiva teológica del reformador.
Ambas posturas, la católica y la reformada, pueden complementarse para poner freno a las incontables caricaturas y malos entendidos con que muchos estudiosos católicos (incluso historiadores y teólogos serios) han abordado la figura de Calvino y los excesos panegiristas y apologéticos a toda costa que se encuentran, sobre todo, en círculos reformados conservadores. La “rehabilitación” católica y la “mesura reformada” ayudarán a que sea posible recuperar el legado de Calvino para todas las vertientes cristianas, mediante un ejercicio decididamente ecuménico de valoración histórica, teológica y cultural. No debe olvidarse que en Calvino se fundieron, mediante un esfuerzo notable de síntesis integradora, los valores de la institucionalidad eclesial católica (Calvino denomina “madre de los creyentes” a la Iglesia y enfatiza el tema de la disciplina y el orden), el celo anabautista por la autonomía de la iglesia con respecto al Estado (pues, de manera contradictoria, Calvino asimiló más de lo que se supone, la sospecha de esta tendencia ante las pretensiones del poder político), el énfasis sacramental zwingliano, de manera moderada (no hay que olvidar cómo fue capaz de firmar, en 1549, junto con Heinrich Bullinger, sucesor de Zwinglio en Zúrich, el Consensus Tigurinus, documento que puso fin a las disputas suizas sobre la Eucaristía) y las lecciones de organización eclesiástica que recibió en Estrasburgo por parte de Bucero y otros dirigentes, que lo pusieron en contacto con la vertiente luterana (ejemplo de lo cual fue su duradera y fructífera amistad con Melanchton, sucesor de Lutero), además de participar en diversas reuniones de diálogo católico-protestante en algunas ciudades alemanas, un acento ecuménico que a veces se olvida.

Esta cadena de afinidades demuestra cómo Calvino tuvo la magnífica oportunidad de incorporar los matices mencionados a su titánica labor de exegeta, predicador, pastor, legislador y maestro en medio de complejas circunstancias políticas, sociales y culturales. Su desencuentro con personajes como Servet, Bolsec y Castelio, le exigieron cuotas de tolerancia que no fue capaz de desplegar, en parte porque su celo dogmático y la responsabilidad de conducir, casi sin proponérselo, los destinos de la Reforma, ya como un movimiento consolidado y propositivo, lo orillaron a dejar de lado una práctica más visible de la misericordia. Su insistencia en la verdad bíblica pudo, tal vez, cegarlo a la hora de dialogar con aquellas tendencias que no siempre comprendió del todo, como en el caso del anabautismo. Con todo, los vasos comunicantes con esos y otros grupos cristianos son más firmes e intensos de lo que se ha creído. [4]

Queda claro que la relectura de la vida, obra y legado de Calvino no debe ser una labor únicamente para historiadores y expertos, y que el esfuerzo de leer, releer y actualizar su influencia en estos tiempos modernos no es una empresa fácil. Con todo, es posible afirmar que, a medio milenio de su nacimiento, Calvino contribuyó efectivamente a transformar el rostro del mundo que conoció. De ahí los rasgos de grandeza que ahora se destacan, pero que no deben obnubilarnos ni desviarnos del verdadero objetivo, pues como bien escribió Karl Barth al respecto, si se sigue a Calvino, es porque él trataba de seguir a Cristo. Si ha sobrevivido algo de la visión reformadora de Calvino y su dedicación a la transformación de la sociedad en la que vivió, se debe precisamente a que, desde lo que entonces se percibió como una herejía, luchó denodadamente por reivindicar el Evangelio de Cristo, incluso a contracorriente de sus propios errores.

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[1] A. BESANÇON, “IL RIFORMATORE CHE DISINCARNÒ L'INCARNAZIONE”, EN WWW.VATICAN.VA/NEWS_SERVICES/OR/OR_QUO/CULTURA/150Q05A1.HTML. VERSIÓN DE LC-O.
[2] Cit. por “El Vaticano destaca la figura de Calvino”, en El Universal, 2 de julio de 2009, www.eluniversal.com.mx/notas/609063.html
[3] “Celebrate John Calvin as an inspiration not a saint say Reformed church leaders” (Celebrar a Calvino como inspiración y no como santo, dicen líderes de la Iglesia reformada”, en http://warc.jalb.de/warcajsp/side.jsp?news_id=1968&part_id=0&navi=6. En español: “"Gracias Dios por el legado desafiante de Calvino, hoy", dice Carta de la ARM por el Jubileo”, traducción de Claudia Florentín, www.alcnoticias.org/interior.php?codigo=14413&lang=687.
[4] Sobre este tema, el texto de D.F. Durnbaugh, “The First and Radical Reformations and their relation with the Magisterial Reformation”, en Milan Opocensky, ed., Towards a renewed dialogue. The First and Second Reformations. Ginebra, Alianza Reformada Mundial, 1996 (Estudios, 30), pp. 8-29, es particularmente ilustrativo, así como las observaciones de George Williams en el capítulo “Calvino y la Reforma radical” de su monumental obra La Reforma radical. Trad. de A. Alatorre. México, Fondo de Cultura Económica, 1983.

Juan Calvino: Caricaturas y mitos


Leopoldo Cervantes-Ortiz
19 de junio, 2009

Ha pasado mucha agua debajo del puente. A 500 años del nacimiento del reformador francés Juan Calvino se han acumulado muchísimas interpretaciones de su vida y legado. Es reconocido de manera unánime como el continuador y consolidador del impulso refornista iniciado por Lutero en Alemania y Zwinglio en Suiza, y como el más notable integrante de una nueva generación de dirigentes religiosos que buscaban transformaciones de fondo en la Iglesia. Su labor en Ginebra, ciudad que llegó a ser el eje de la Reforma Protestante, sobre todo a causa de su labor bíblica, teológica y pastoral, ha sido objeto de los más inimaginables estudios, desde los más exaltados hasta las descalificaciones más agrias.
En círculos académicos y eclesiásticos, el nombre de Calvino se asocia a una serie de mitos, prejuicios y caricaturas que bien vale la pena describir y desmontar con el ánimo de superarlos y alcanzar una visión más equilibrada que supere los énfasis apologéticos y hagiográficos. El Rev. Peter Wyatt ha descrito algunos mitos cuya discusión puede servir para introducirse a los grandes temas con los que se relaciona la figura de Calvino y representan una parte de la enorme plataforma de incomprensión que se ha creado a su alrededor. Sin duda, podrían incluirse muchos más, pero en una visión panorámica pueden ayudar a atisbar el territorio que ha sido patrimonio de biógrafos, historiadores y teólogos.
El primero tiene que ver con la supuesta teocracia que Calvino estableció en Ginebra: luego de su primera estancia de dos años, permaneció el resto de su vida en la ciudad, pero no fue sino hasta muy avanzada la década de 1550 que obtuvo la ciudadanía. Su función esencial fue la de pastor y maestro de Biblia. El control político de Ginebra casi siempre estuvo en manos de sus opositores.
El segundo mito se refiere a que Calviono descreía radicalmente de la bondad humana. No obstante, filósofos como Wilhlem Dilthey han señalado que, aunque Calvino habló duramente del pecado humano, él mismo exaltó la dignidad y el destino de la humanidad como pocos. Al respecto, es muy útil una cita de Brian Gerrish: “La indignación de Calvino hacia la ingratitud del ser humano, y no su indignación hacia la humanidad, es lo que está detrás de su retórica del pecado y la depravación”. El siguiente mito afirma que el reformador fue “un partidario implacable de la disciplina”, algo que, evidentemente, podría aplicarse sin duda a su vida personal, pero no tanto en el ámbito de su trabajo comunitario, especialmente por lo que adevierte Wyatt: que las reuniones semanales de Calvino y con su equipo pastoral buscaban más la comprensión y la restauración que la administración de castigos. Pero incluso Karl Barth, uno de los comentaristas más lúcidos de la obra del reformador, llegó a decir, no sin una nota de humor, que él no hubiera deseado vivir en la “santa ciudad” de Calvino, a causa de la disciplina administrada.
El siguiente mito, estrechamente ligado al anterior, consiste en afirmar que Calvino estaba obsesionado con la moralidad personal, un asunto que, ciertamente, le causó grandes problemas, pues la hija de su esposa y una cuñada incurrieron en adulterio, situación que lo avergonzó profundamente. Calvino insistió, más bien, en las exigencias éticas del Reino de Dios, pues creía que éstas responden a la manera en que la sociedad se encamina a una transformación concreta en términos del bienestar común. Podría decirse, de manera más actual, que a Calvino le preocupaban más los “pecados estructurales” que las simples faltas individuales. En este sentido, el objetivo teológico fundamental es “rendir toda la gloria a Dios” en todas las áreas de la vida, así como el reconocimiento de la creación entera como el escenario natural para la manifestación de la magnificencia divina, incluso como lo manejan hoy los grupos enfrascados en la lucha ecologista.
La imagen de Calvino como promotor o adalid de la auto-negación es otro mito fuertemente arraigado, pues expresiones tales como “mortificar la carne” o “llevar la cruz” pasan hoy por el filtro de la reivindicación de la dignidad humana. Pues en ese rumbo iban las ideas calvinianas acerca de la auto-negación, encaminadas a generar ayuda para los más desfavorecidos. Como comenta Wyatt: “Al promover una ética de la auto-negación, Calvino llamaba a los que eran relativamente ricos a dar algo de su sustento para el beneficio de otros”. La base de esta propuesta era una consecuencia de la fe en la imagen de Dios en los seres humanos, razón de ser de la preocupación por el prójimo. Algunos analistas han visto en estas ideas el germen de una auténtica teología liberadora.
“Calvino, padre del capitalismo”: quizá sea éste el mito más extendido en el campo de las ciencias sociales y el que más antipatías genera, sobre todo porque en estos tiempos hiper-globalizados este sistema económico ha quedado casi huérfano y nadie desea asumir su paternidad. Calvino, ya sin poder defenderse, sería una especie de “villano favorito”. Se le acusa, principalmente, de permitir los préstamos con interés, algo que cierta crítica católica al parecer nunca le perdonará. Lo cierto es que las claras conexiones de la espiritualidad reformada con las bases mismas de la modernidad hicieron que dicha fe apareciera como uno de los factores que permitieron el desarrollo del llamado “espíritu capitalista”, particularmente en su versión inglesa y estadunidense. El promotor más notable de esta interpretación de la historia económica fue Max Weber, uno de los fundadores de la sociología, gracias a su conocidísima obra La ética protestante y el espíritu del capitalismo. Lo que debería saberse mejor es que Weber no analizó directamente el pensamiento calviniano, sino que trabajó, sobre todo, las derivaciones inglesa (la Confesión de fe de Westminster) y estadunidense (las ideas de Benjamin Franklin, entre otros). Afortunadamente, el profesor mexicano Francisco Gil Villegas hizo una edición crítica del libro de Weber, en la cual hace las necesarias distinciones y explica cuidadosamente la relación entre la fe puritana en la predestinación y la “traducción económica” de esa variante teológica calvinista. En esta línea de pensamiento, muchos creyentes de la tradición anglosajona han visto el bienestar económico como una manera de comprobar que habían sido elegidos por Dios para salvación, lo que constituye el séptimo mito, esto es, una comprensión del trabajo que también ha sido vista como un efecto pernicioso de las ideas calvinianas. La prosperidad económica debe ser vista, mejor, como resultado del esfuerzo que una persona realiza en su búsqueda libre y gozosa por servir de la mejor forma al extendimiento del Reino de Dios. Su acción, dice Wyatt, acontece como “una respuesta agradecida a la gracioa inquebrantable de Dios”.
Simpático o no, pues como ha dicho con mucho humor la pastora y teóloga francesa Isabelle Graesslé, directora del Museo Internacional de la Reforma, en una entrevista, a veces ni siquiera para los propios calvinistas es una figura muy atrayente, Calvino sigue causando controversias medio siglo después de su nacimiento. La tradición teológica que sigue sus pasos insiste, en plena celebración, que el impacto del reformador rebasa, con mucho el mero espectro eclesiástico y que sus huellas pueden percibirse en muchos ámbitos de la existencia social, política y cultural. Hay mucho por analizar todavía.

Calvino y la economía


Por Rodolfo Haan

Weber y Tawney

Recuerdo que en los años en que tenía el privilegio de enseñar en ISEDET, en la clase de historia, una vez hablamos sobre Calvino y la economía. Dos estudiantes habían participado antes en un curso de la universidad de La Plata. Abordando el tema del ‘protestantismo y capitalismo’, el profesor, que era católico, había apuntado a aquellos dos, diciendo ‘ellos tienen la culpa’. Esto es, los protestantes-calvinistas han sido la causa del capitalismo. Siempre se alude a la conocida tesis del sociólogo e historiador Max Weber al respecto. Hay otro historiador - al que personalmente prefiero - que es Richard Tawney. Solíamos leer su libro en el primer año del programa de licenciatura. El título es La religión y el surgimiento del capitalismo (Religion and the rise of capitalism, 1926). En la biblioteca había una traducción argentina, con el título engañoso: ‘La religión en el origen del capitalismo’. El traductor había cometido dos errores: substituyó la palabrita ‘y’ por ‘en’, y reemplazó la palabra ‘surgimiento’ por ‘origen’. Él quería ‘probar’ que la religión protestante ha estado en el origen del capitalismo. Sin embargo, Tawney investiga otra pregunta: ¿cómo podemos explicar que los protestantes del siglo XVIII habían llegado a ser tan diferentes de los calvinistas de la misma época de la Reforma, y tan asimilados al moralismo comercial de su época?

El capitalismo no se ‘originó’ en la Reforma. Lo que Weber está mostrando de hecho es otra cosa: cómo durante los siglos posteriores a Calvino la práctica de los pastores puritanos y de los mismos fieles reforzaron – con gran fuerza sicológica – al naciente capitalismo. El capitalismo – concepto que estrictamente surge recién en el siglo XIX – tiene otras causas históricas, aparte de las prácticas religiosas. Por otra parte, estas prácticas y teologías tampoco obedecían necesariamente a la doctrina clásica de la iglesia. El profesor Hooykaas, historiador de la ciencia, escribió un libro al que puso un título semejante: La religión y el surgimiento de la ciencia moderna (Religion and the rise of modern science, 1972). Observa que la doctrina de la predestinación no ha sido típica de Calvino; también Tomás de Aquino y Lutero la apoyan. Muchas veces es confundida con la providencia. En los siglos XVII y posteriores el principio de la causalidad de la ciencia invadía la teología. Podemos decir, la teología se fue ‘conformando a este siglo’ (Rom. 12, 2). A su vez la providencia fue interpretada como si ‘el curso de las cosas estaría fija’. Calvino dice otra cosa: ‘Jamás se podría satisfacer la curiosidad de ciertos hombres vanos a quienes ninguna cosa basta’. Sobre la providencia sólo se puede hablar ‘para la instrucción y consuelo de los fieles’ (Institución, I, XVII, 12); no conocemos la voluntad de Dios sino a través de lo que Él nos enseña. ‘Por lo tanto, en nuestros asuntos debemos poner los ojos en la voluntad de Dios, que Él nos ha revelado en su Palabra’ (I, XVII, 5).

La interpretación y el uso actual de la obra de Calvino mismo tienen que partir de su teología fundamental. En 1975, Jesús Larriba escribió el primer estudio católico (y español) sobre Calvino, calando ‘en lo más hondo del espíritu y de la obra de Calvino’, al pretender ‘poner las cosas en su sitio, desligándolas de la leyenda calumniosa y de la interpretación polémica’. El título del libro fue Eclesiología y antropología en Calvino. La intención del autor fue la de un servicio ecuménico. Tales esfuerzos son necesarios antes de que queramos indagar el tema ‘Calvino y la economía’.


André Biéler

Sobre este tema la fuente principal - aparte de la obra del Reformador mismo, que por su vasta extensión solamente será accesible para algunos especialistas – sigue siendo la gran obra del profesor André Biéler (1914-2006), La pensée économique et social de Calvin. Fue publicada en francés en el año 1961, y ha sido republicado en inglés en 2005 por el Consejo Mundial de Iglesias bajo el título Calvin’s social and economic thought. Es el estudio más completo y más profundo sobre el pensamiento social y económico de Calvino. Pero Calvino no se deja conocer solamente por su obra propia. Son los calvinistas posteriores y contemporáneos que llevan adelante su método. No es calvinista citar solamente a Calvino aplicando algunos determinados dichos o actos al contexto actual. Lo que sí sigue siendo actual es el mismo método de Calvino, cuyo secreto es lo que hoy día llamaríamos el ‘círculo hermenéutico’. Para entender la actualidad del mensaje bíblico hay que relacionar la lectura y relectura bíblicas profundas con el análisis igualmente rigoroso de la realidad social en que vivimos ahora. Este trabajo analítico nunca termina, ya que la evolución social siempre está sujeta al movimiento histórico. El profesor Biéler, en su librito Calvino, profeta de la era industrial (1964, p. 12/13), resume las características de la ética de Calvino:

1. ‘La ética social de Calvino está solidamente anclada en la teología; depende enteramente del misterio central de la fe evangélica, de la persona y la obra de Cristo. Es un ética teológica cristocéntrica.
2. Ella precede de un conocimiento riguroso de la revelación bíblica, a saber de una interpretación muy dinámica de la misma, a la luz de las fluctuaciones de la sociedad. Es una ética bíblica acordada con el dinamismo de la historia.
3. Ella se actualiza concretamente por un análisis lucido de las coyunturas estando siempre en evolución. Implica un método de análisis racional de los hechos económicos sociales.
4. Ella obtiene una eficacia histórica excepcional al comandar una acción adaptada a la circunstancias y infinitamente renovada en el contacto con la realidad. Es un método didáctico para la acción.’

Queda claro que, en base a esta visión calvinista sobre Palabra y Mundo, no podemos canonizar al mismo Calvino. Sus propias conclusiones éticas fueran hechas en relación con su tiempo y el lugar donde vivía. El método calvinista implica que sepamos dialogar y comprometernos con nuestra propia época. Lo que nos enseña la reforma calvinista es que los cristianos hemos de servir a la reforma de la sociedad integral.

La reforma integral y continua de la sociedad

Aquí debemos darnos cuenta que la época de Calvino era precapitalista todavía. Su genio ya presentía la economía capitalista naciente al ver las tendencias en los mercados, entre ellos el mercado de crédito. Esto significa para nada que fue el ‘profeta del capitalismo’. No ‘quería’ el capitalismo (muchos historiadores han concluido que en el ámbito de Ginebra Calvino más bien lo ha frenado y canalizado), sino que tomó en serio los nuevos fenómenos económicos. Calvino no inventó el capitalismo ni el comercio internacional. A partir del comienzo del siglo XIV (1300-1400) Ginebra ya había sido uno de centros comerciales más importantes del continente. Mucho tiempo antes de Calvino ya existe la práctica del crédito y del interés. La iglesia a veces lo prohibía (en gran parte en vano), otras veces lo toleraba para su ventaja propia. Calvino fue el primer teólogo que se daba cuenta del mecanismo moderno del mercado financiero y de la ética nueva que se precisaba frente a él. Por eso ha sido el teólogo más discutido entre los economistas.

Si en la actualidad Calvino sigue siendo de gran importancia para nuestro pensamiento económico y social, es por este principio de la renovación continua de la ética cristiana. No podemos basarnos en las circunstancias económicas de los tiempos bíblicos, ni en aquellas del tiempo de Calvino en Ginebra, sino que tendremos que aprender de su método teológico, que sigue siendo una fuerza renovadora para enfrentar los desafíos que nos plantea la contemporaneidad.

Al vislumbrar la modernidad económica (el sistema de mercado impersonal, abstracto y anónimo), Calvino es extremadamente actual. Nos enseña que la ética cristiana no se limita al ámbito individual (las cuestiones de la caridad personal, la sexualidad, el aborto, la homosexualidad, etc.). La gran diferencia entre la era precapitalista y la capitalista está en el anonimato de la economía moderna. La globalización ha conectado todos con todos; las relaciones económicas ya no son personales y locales como ha sido el caso en la economía bíblica y la economía tradicional. El semejante ya no es sólo el vecino del barrio, sino que se encuentra entre los hambrientos en otro continente. Tawney dice que la actitud de la iglesia puritana

‘descartaba una investigación crítica de las instituciones, y dejaba como esfera de la caridad solamente aquellas partes de la vida que podían ser reservadas para la filantropía, precisamente porque caían fuera de esa área mayor de las relaciones humanas normales, en las que los estímulos del interés propio proveían el motivo enteramente suficiente y la regla de conducta. Era, por lo tanto, en la esfera del socorro para los no combatientes y los heridos, y no inspirando al ejército principal, que la iglesia percibía que estuviera su tarea social. Las expresiones características de esto en el siglo XVIII eran la ayuda a los pobres, el cuidado de los enfermos y el establecimiento de escuelas. A pesar de la preocupación genuina, un poco de tono consolador, por el bienestar espiritual de las clases pobres, la cual inspiraba el reavivamiento evangélico, se dejaba el trabajo intelectual fundamental de la crítica y de la construcción a los racionalistas y los filántropos’ [Religion, p. 195/196].

‘Desde la expansión de las finanzas y del comercio internacional en el siglo XVI, esto era el problema que confrontaba la iglesia. Reconociendo que debería amar a mi prójimo como a mí mismo, las cuestiones que, bajo las condiciones modernas de organización a gran escala, quedan por solucionarse, son: ¿quién precisamente es mi prójimo? y ¿cómo acaso puedo efectuar ese amor a él en la práctica? La enseñanza religiosa convencional no ofrecía respuesta a esas preguntas, porque ni siquiera se había dado cuenta de que podían ser planteadas. Ella había tratado de moralizar las relaciones económicas, considerando cada transacción como un caso de conducta personal, implicando una responsabilidad personal. En una era de finanzas impersonales, mercados mundiales y una organización capitalista de las industrias, sus doctrinas sociales tradicionales no tenían nada específico para ofrecer y eran meramente repetidas; mientras, para ser efectivas, deberían haber sido concebidas nuevamente desde el comienzo y formuladas en términos nuevos y vivientes. (…) La ineficiencia de esas doctrinas preparó el camino para su abandono teorético’ [Ibíd., p. 187/188, cursivas mías].

La perspectiva del pobre

Aquí tenemos exactamente el método de Calvino. Hay que interpretar los signos de los tiempos. La perspectiva social en Calvino siempre es la suerte del pobre, excluido del bienestar económico reservado para los ricos. La ‘iglesia de los pobres’ de la teología de la liberación recibe un sentido muy profundo en Calvino. Considera a los pobres como aquellos que han de instruir a la dirección de la iglesia (con una referencia a Mateo 26, 11). Jesús, que va a ser sacrificado en la cruz, pero después resucitado y llevado al cielo, deja a sus discípulos con los pobres: ‘los pobres los tendrán siempre con ustedes’. Ellos se quedan aquí en la tierra, siendo los instructores de la iglesia.

La sociedad humana se encuentra en una profunda crisis económica. La crisis financiera está íntimamente relacionada con las crisis de la pobreza, de los alimentos y sus precios, del medio ambiente, del clima, del agua, de las materias primas, de la energía, de la salud, de la educación, del envejecimiento, y de la criminalidad económica. La ‘crisis financiera’ que ha azotado la economía mundial no es un fenómeno aislado. Los banqueros se exculpan diciendo que todo eso ha sido causado por el ‘sistema’. Según Calvino somos responsables precisamente por esa estructura de la sociedad. La construcción de una sociedad mejor es trabajo para la gloria de Dios. La iglesia y los cristianos no deben abandonar esta tarea. El sistema, las reglas, las normas y las leyes a que obedece el ‘sistema’, dice Calvino, no tienen la autoridad, a pesar de su realidad y su vigencia relativa. ‘Los que quieren cubrir sus vicios con las leyes, aumentan sus fallos al doble’ (Biéler, La pensée, p. 277). La Palabra se dirige a la conciencia.

Como dice Jung Mo Sung en su hermoso librito Simientes de esperanza. La fe en un mundo en crisis (2005, p. 31): ‘El confesar la fe en un Dios que, justo estando en el medio de su pueblo, transciende toda realidad histórica, es una forma de afirmar que todas las instituciones humanas, por más poderosas que sean, no son absolutas ni eternas: lo nuevo todavía puede y va a nacer’.


Referencias

André Biéler, La pensée économique et sociale de Calvin, Georg. Ginebra, 1961 (562 p.)
André Biéler, Calvin, prophète de l’ère industrielle, Labor et Fides, Ginebra, 1964 (74 p.)
Juan Calvino, Institución de la religión cristiana, Fundación Editorial de Literatura Reformada, Rijswijk, 1968, 2 tomos (1262 p.)
R. Hooykaas, Religion and the Rise of Modern Science, Scottish Academic Press, Londres/Edinburgo, 19773 (162 p.)
Jesús Larriba, Eclesiología y antropología en Calvino, Cristiandad, Madrid, 1975 (414 p.)
Jung Mo Sung, Sementes de Esperança. A fé em um mundo em crise, Editores Vozes, Petrópolis, 2005 (118 p.)
R.H. Tawney, Religión and the Rise of Capitalism, Pelican Book. Harmondsworth, 197711 (334 p.)